segunda-feira, 13 de abril de 2009

Turquia 04/04 a 12/04

Merhaba!
Sim, desta vez a saudação é em turco pois foi por essas terras que andei a semana passada, daí a ausência de novidades, mas agora há e muitas! Nem sei muito bem como vou conseguir relatar tantas sensações, cheiros, diferenças que por lá observei! O que é certo é que foi talvez a viagem de que gostei mais até hoje, principalmente pela diferença cultural que observei, mas vou começar pelo princípio, a ver se ponho ordem nisto!
Reservei então para mim mesmo, como presente de aniversário (sim, fiz 21 anos!) uma viagem à Turquia. Escolhi este país por ser diferente, não só de Portugal, mas da Estónia (que diferença, nem acreditam!).
Bem, chegado a Istambul de madrugada, só queria ir para o hotel e dormir. Às seis da manhã da primeira noite: surpresa (e susto também, confesso) o chamamento para a reza matinal. Ouve-se por toda a cidade, cinco vezes por dia e chama todos os muçulmanos a rezarem, não obrigatoriamente na mesquita, mas enfim, acaba por acordar todos os outros! É impossível não ouvir, não têm noção da sensação que tive. Quando acordei, nem sabia muito bem o que era aquilo e fiquei tipo três segundos a pensar e depois lá associei, mas nesses três segundos até em guerra medieval pensei! Só visto! Depois de dormir mais um pouco, lá tomei pela primeira vez o típico pequeno-almoço turco composto, como mostra a imagem (que não é minha, tirei da net agora mesmo), por pão, pepino, tomate, ovo cozido, azeitonas, queijo feta e chá, como em todo o lado, mas já lá vamos!
Fiquei no Sultanahmet, a zona de Istambul onde estão os principais monumentos, pelo que, depois do pequeno-almoço, segui em direcção à Mesquita Azul e à Santa Sofia, duas mesquitas (a Santa Sofia era inicialmente uma igreja, actualmente com a aparência de mesquita mas com reminiscências do período cristão, nomeadamente, nos mosaicos com a imagem de Jesus Cristo, etc.)
Comecei pela Mesquita Azul, por mero acaso, mas valeu bem a pena. Depois de descalçados os sapatos, lá entrei, caminhando pelas agradáveis carpetes turcas que cobrem todo o chão.
É um imponente edifício com tonalidades cinzento-azulado no exterior, daí o nome,
e revestido de mosaicos e frescos no seu interior.
Tive sorte pois quando cheguei estavam em oração, pelo que pude ouvir (mais uma vez) as orações deles e vê-los a rezar. Foi uma experiência muito interessante, pois comecei por um dos aspectos que mais diferem entre as nossas culturas - a religião- e que são tão importantes e marcantes em todos os outros aspectos culturais. Fiz este pequeno vídeo pois tudo o que por lá vi não cabe numa fotografia.
Em seguida dirigi-me para a Basílica de Santa Sofia (http://pt.wikipedia.org/wiki/Bas%C3%ADlica_de_Santa_Sofia), edificada anteriormente à Basílica Azul, apenas a alguns metros desta, parecendo que há quase uma rivalidade de beleza entre as duas.
Depois da bilheteira entrei para a Basílica. Foi muito interessante pois sente-se no mesmo edifício, de alguma forma, as duas religiões que ali habitaram, pois há o famosíssimo mosaico de Jesus Cristo, mas ve-se por todos os lados frescos, e a arquitectura por si só, nitidamente islâmica. Foi muito interessante, mas ainda assim, gostei mais da Mesquita Azul. A Santa Sofia pareceu-me que poderia estar melhor conservada e é bastante diferente, só por si. Mas vale sempre a pena!
Ainda na Santa Sofia, tive de experimentar isto que é "Não-sei-o-quê dos desejos", já não sei se buraco ou algo assim, mas buraco dos desejos parece-me um pouco estranho! Então, a lógica é colocar lá o polegar e dar uma volta completa, enquanto se pede um desejo. Aquilo devia ser um poço de bactérias, pois acredito que durante o dia, milhares de pessoas façam aquilo, mas nada como um pouco de vitamina M para nos fazer mais fortes!
De uma janela da Santa Sofia tem-se esta fantástica vista sobre a Mesquita Azul. Pelo mundo deve haver também milhares de fotografias como esta, pois, apesar de ter sido eu a tirar, estive ainda uns minutos na fila para me empoleirar na janela e tirá-la, à semelhança dos muitos outros turistas antes e depois de mim, mas enfim, há coisas destas às quais não se consegue escapar...
Outra coisa a que não se pode também escapar é a um cafezinho turco. Tem de se esperar que o café acame e depois bebe-se. Outra coisa engraçada, que ainda não tinha visto em mais lado nenhum foram os copos de àgua descartáveis. Achei um desperdício, mas enfim, há muita coisa errada!
Depois do café, segui para a Basílica Cisterna, uma enorme construção subterrânea, recheada de arcos e àgua, que tinha tanto uma função prática, de armazenamento de àgua, no passado, como de lazer
Ainda neste dia recheado de passeios, tive tempo de experimentar pela primeira vez o Grande Bazar! E lá grande é, de facto! Pois bem, é uma gigantesco mercado coberto com centenas de lojas, ruas e milhões de artigos à venda, desde produtos alimentares, agrícolas, souvenirs de TODO o tipo, artesanato, roupas, livros, sapatos, restaurantes e até uma loja de gramofones por lá encontrei! Foi um espaço muito interessante onde também voltei mais tarde, afim de comprar alguns artigos que já tinha visto por lá e por em prática a minha habilidade para regatear preços e, acreditem ou não, conseguem-se descontos de mais de 50% sobre o preço inicial. O truque é mostrarmo-nos interessados, dizer uma preço que nos pareça razoável (eles vão dizer que compram o artigo a esse preço no armazém) e então dizer-se que sendo assim não se quer e **pliimm** artigo dentro do saco de plástico e mão estendida para o preço que disseste! Foi bué divertido! Às tantas estava um pouco cansado, pois não se pode olhar para nada, vem logo o dono mostrar-te, mesmo que só tenhas olhado por um segundo e também porque está tudo muito cheio de coisas. É tudo aos montes (não necessáriamente no sentido de desorganizado), mas é tudo às dezenas de cada artigo! Bem, foi uma experiência engraçada.
E assim fiquei mais um dia em Istanbul, num hotel muito bom, pequeno, mas com um espírito muito familiar e novo, acabado de abrir, pelo que encontrei preços acessíveis e boa qualidade. Se forem a Istanbul, recomendo o Big Orange Hotel. Tenho de lhes fazer um pouco de publicidade pois foram SUPER simpáticos comigo. Fica no Sultahnamet, a uma distância razoável dos grandes monumentos (daí o chamamento às 6 da manhã!). Tem as dimensões normais dos hoteis que por esta zona vão encontrar (pequenos, sem elevador, escadas íngremes e um decoração muito estranha) mas isso faz parte, só que com a vantagem de não cheirar a bafio, ser limpinho, pequeno-almoço e confortável. Para além do pessoal ser super atencioso. Pronto, já fiz a minha parte, pois quase me senti em dívida para com eles por me terem servido tão bem.
Passados então dois dias em Istanbul, segui em direcção à Capadocia (para a zona onde no mapa está escrito "Valley of the Fairy Chimneys"), mais especificamente Göreme, uma pequena vila cujo principal atractivo são as casas escavadas nas estranhas formações rochosas (naturais!). Meti-me então num autocarro que ia de Istanbul a Nevşehir durante a noite, o que foi uma experiência até agradável, apesar das 11 horas de viagem, pois senti-me extremamente seguro, pois o autocarro ia cheio de turistas e todos os autocarros de longo percurso lá têm um assistente de birdo, que serve chá, àguas, um pequeno bolinho e até nos dá um líquido para ficarmos perfumados, tipo para lavar as mãos e deixar um cheiro agradável. De manhã, muito cedo, cheguei a Nevşehir, onde troquei para um pequeno autocarro que nos deixou em Göreme 20 minutos depois. Enquanto esperei um pouco pelo autocarro para Göreme arranjei um sítio para ficar, apesar de á chegada não me ter agradado e portanto mudei e foi ali um tempo de hesitação em que, mais uma vez me imaginava no mapa, no meio da Turquia!
Bem, mas a verdade é que arranjei um hotel...escavado na rocha! Uma "Cave Pansion"! Foi bué interessante, mais pela experiência pois à noite e de manhã era um pouco frio, até porque aquilo era um pouco ao género backpacking e portanto, era muito simples e ligavam e desligavam o aquecimento central durante o dia, mas muito cedo e, depois do banho matinal custou um pouco, mas é caso para dizer que se fica frio como uma pedra, e isso também é bom para a saúde, portanto, duas noites não matam ninguém! Em Göreme, andar pelas ruas é um pouco estranho pois, apesar de haver casas "normais", há uma zona em que só se vêem casas escavadas, o que é uma sensação engraçada, caminhar por ali!
O que esta vila tem mais para oferecer é também a maravilhosa paisagem e experiências ao ar livre, pelo que andei muito por ali, no meio da Natureza, simplesmente a fazer percursos assinalados, mas por onde se passa pelo meio de mato, vales com aquelas rochas estranhas, pequenos ribeiros e onde estava um tempo muito agradável para o efeito. Felizmente só choveu de noite. Estive então mais dois dias em Göreme, onde comi alguma comida tradicional, bebi chá turco, sentei-me em rochas estranhas a sentir o Sol na cara e´observei o modo de vida asiático pela primera vez.
Para além de ter observado também outros monumetos, como esta igreja escavada na rocha, com fresco originais do período cristão, Património Mundial da UNESCO
Para o regresso optei por vir de dia, tanto porque os autocarro partem mais vezes de dia, como para ver a paisagem por onde já tinha passado, e para chegar de dia a Ankara, minha próxima paragem.
Em Ankara só fiquei uma noite, mas tive tempo de observar a capital, com o seu ritmo de vida altamente frenético e ruidoso, cheia de carros e pessoas por todo o lado, com um ar bastante poluído que, ao fim de umas horas de passeio pelas ruas, só me fez voltar para casa e lavar a cara, tal era a sensação! Mas ainda assim, valeu a pena ver os mercados, as ruas e o Museu das Civilizações da Anatólia, um maravilhoso museu, com peças muito interessantes do período neolítico e por aí em diante. Fiquei maravilhado!
Esta é a aparência da cidade, vista do monte onde está o museu. A nuvem cinzenta não é nevoeiro!
Havia vários grupos de alunos turcos a visitar o museu e achei interessante tirar-lhes esta foto pois já tinha percebido que todos os alunos turcos, de todos os anos, são obrigados a usar fardas, pelo que também vi na rua muito pessoal que deve andar no secundário e talvez até na faculdade, com a sua gravata e calças vincadas.
Voltando ao museu, como podem ver, estão peças tão importantes como estas pequenas mas muito importantes esculturas, entre muitas outras maravilhas. Achei que não vale a pena ir de propósito a Ankara, pois não tem muita oisa para ver, mas se fizerem um viagem em que passem por lá, aconselho a gastarem umas horas no museu, pois vale bem a pena! É maravilhos e é como ver o livro de história. De facto, fiquei com a sensação de que os povos da actual Turquia foram de grande avanço tecnológico e até artístico, sendo posteriormente ultrapassados, mas ainda assim, muito importantes.
~
Passado então um dia e uma noite em Ankara, dirigi-me à estação de autocarros (A.S.T.I.), de uma dimensão admirável para estação de autocarros, para aí 6 vezes maior que o aeroporto de Talliinn, sem exagero, onde se podem apanhar autocarros para todos os pontos da Turquia e sem hora marcada, eu simplesmente cheguei lá, perguntei em que linhas iam os autocarros para Istambul, levaram-me quase pelo braço até à bilheteira de uma companhia (na Turquia há dezenas de companhias de autocarros, pelo que as estações são tipo centro comercial de companhias, cheias de gente a gritar os seus destinos, muito diferente e interessante). Cinco minutos depois de chegar à estação, já eu estava dentro de um autocarro para Istambul.
Mais cinco ou seis horas e estava de regresso a Istambul, onde tinha deixado o mesmo hotel reservado para a última noite. Para o último dia reservei o indispensável banho turco que, melhor do que explicar, é verem o vídeo do Youtube
a sério, vejam e vão perceber, não dá é para o publicar aqui no blog.
Para o último dia mesmo, voltei às compras ao Grande Bazar e fiquei até bastente tarde pelas ruas e pelo hotel (mesmo não tendo quarto para essa noite), pois eles não se importaram e até me serviram o pequeno-almoço às 3h da manhã, mesmo já não estando ali hospedado e não sendo horas de pequeno-almoço. Fiquei quase sensibilizado. Gostei muito mesmo. O meu voo era às 5:50 da manhã, pelo que fui para o aeroporto de madrugada, à semelhança de muitas outras pessoas, mas foi bom pois dormi o voo todo o acordei já em Frankfurt.
Como tinha seis horas de espera pensei: "Vou aproveitar o tempo e ainda conheço outra cidade!" e assim foi, apesar do sono, meti-me no comboio que liga o aeroporto ao centro da cidade, andei por lá um pouco, pude observar que ali se vive com grande qualidade, pois via-se nas pessoas, nas lojas, e na cidade só por si.
Andei então por ali um pouco, à espera que o museu de arte moderna abrisse (às 10h). Passeei pela cidade, vi o museu, de que gostei bastante, pois tinha artistas internacional que muito me interessam, gostei muito.
Voltei para o aeroporto a tempo para não esperar muito tempo pelo avião e lá voltei para Tallinn, que se mostrou mais quente do que quando a deixei e já sem neve nenhuma.
Agora também estou bastante satisfeito pois este mês que ainda falta vai passar facilmente pois tenho bastantes planos. Vou postando aqui! Mais um mês, sensivelmente e estou de volta!!
Beijinhos e abraços
João

3 comentários:

  1. Amigo João ?
    sinto-me a ir por aí ctg , claro q discretamente,


    para espreitar a tua admirável e boa solidão nos caminhos do mundo.
    Acho q só desfrutamos de tudo no exterior se desfrutarmos do nosso interior. Primeiro temos mesmo de estar bem connosco.


    Lembrei de
    http://www.youtube.com/watch?v=8s8ARIit_5I

    a diferença entre todos nós,

    q o principezinho tb viu de forma inocente,
    sem julgamentos mas constatando.

    desenhei o mapa na mente (lol )


    caminhos do João e caminhos entre planetas,

    Ser e Cativar! a generosidade ( tão bela ) de quem recebe e que generosamente retribui...

    Fico feliz qd as pessoas são assim.

    Há uma naturalidade na vida q deve ser a inspiração para as belas obras de arte.

    Como diz o arq Jorge a arte é um discurso....
    eu diria q sim,
    um discurso da vida q o artista sabe absorver,
    e essa sensibilidade....
    nem todos conseguem sentir.


    Estamos entupidos...?


    A vida é bela menos qd perdemos mt para ganhar outras coisas q passam de moda e morrem no tempo.


    Tens a sensação q a fiscalização fechava a Turquia ? !!!!!!! ? como podíamos pisar tais carpetes ? meter o dedo no buraco , desfrutar do banho Turco heheh e da Vit. M---- ? q imuniza bué em doses certas ?


    Ai esta viduxa é tão boa..... !

    Amigo João ? Obrigada por me teres cativado e por cuidares de mim.


    Bjs e até breve

    P.S.

    Um dia lembra-me de te contar a história de um amigo de minha família 'artista' que escavou uma gruta onde fez esculturas nas paredes e onde queria ser enterrado: o Ti Bernardino ( a Rosita tb tem móveis feitos por ele )

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  2. Que bom saber que cada minuto aí foi tão bem aproveitado com novas experiencias, ou n fosses tu o João que conheço!

    Continua a jornada, já está quase...agora é aproveitar o resto cada vez mais!!!!
    Hugs*

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  3. Hey joao!!!
    Tou cá uma dor de cotovelo que nem imaginas! :P
    Bom como sabes a minha aventura espanhola também está quase a acabar.
    Mal posso esperar por te voltar a conhecer quando coincidirmos de novo em portugal... melhor... no cartaxo!!! hahahah
    beijos e ate muito muito breve!!!

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