Chegado a Helsínquia fui ao Kiasma, o museu de arte contemporãnea de Helsínquia.
Entrada para o Kiasma
Gostei bastante. É pequeno e tem especialmente representada arte finlandesa. Acho que já começo a perceber porque é que os estudantes Erasmus que conheci em Lisboa me dizem sempre tão bem do Museu Berardo: é enorme, mesmo comparando a outros de grandes cidades europeias e tem uma enorme colecção, com obras tanto de artistas portugueses como internacionais.
Bem, fiquei com a sensação de que tenho de investigar mais sobre a arte nórdica, pois confesso que não conhecia nenhum dos nomes (shame on me!) e achei a grande maioria muito interessante. Gostei muito de um vídeo de Marja Kanervo, que mostrava o processo de execução de uma espécie de mural. Mas a obra é o vídeo. Também gostei muito das esculturas, grande maioria minimalistas, bem ao gosto nórdico. Se algum dia visitarem esta cidade, vão perceber o que digo.
Apesar de ser uma cidade muito fácil de nos deslocarmos a pé, pois é pequena e está tudo muito pensado para isso (para além, também, de os transportes serem caros como tudo!), é fria a vários aspectos: o tempo em si, como podem vr pelas fotos de exteriores, mas também porque a arquitectura é muito limpa, muito recta, não se encontram cores muito fortes nem barroquismos. É tudo muito funcional. Isto fez-me também pensar no impacto que toda esta funcionalidade e frieza tem nas pessoas. Até agora sempre achei que era pela simplicidade que a arquitectura se devia reger. Acho que mantenho a ideia, mas de uma forma muito diferente. É que percebemos que não há grande coisa a alegrar as ruas e acredito que a recorrente ausência do Sol altere de facto as pessoas. É este tipo de conclusão que acho, só se sente e se alcança estando fora, num ambiente completamente diferente, e esse tipo de observações estão a mudar-me na minha maneira de observar a nossa própria cultura. São todos estes pequenos aspectos que nos moldaram como um povo muito hospitaleira, bem disposto, caloroso, que gosta de beijar as pessoas na cara, mesmo que nos cumprimentemos pela primeira vez, se quisermos sair de casa saímos, sem ter de nos preparar com cachecol, meias e gorro e, acreditem, aqui não dá mesmo para escapar a isso. Até eu que odeio usar gorros e chapéus já me habituei. Por terras estónias também se diz que "Não há mau tempo, mas más roupas" e é completamente verdade.
Bem, para não fazer um post por cada dia deste fim-de-semana, fiquem também a saber que assisti às comemorações do início de ano chinês em Helsínquia, outra situação para relembrar, não que tenha sido especialmente memorável pela magnitude ou o que quer que seja, mas porque mais uma vez me imaginei no mapa, olhei para mim, vestido até à cabeça, no meio da neve, a assistir a esta comemoração sob a forma de pequena feira em Helsínquia, bem perto da estação central de comboios (Rautotientori)...enfim, não sei explicar. Havia comida, horóscopos chineses, medicina tradicional e escultores chineses a esculpir no gelo, pena não ter visto o resultado...
Música chinesa um pouco finlandesa...
Bem, para não me alargar muito, passei também pela igreja luterana, símbolo da cidade, não sei muito bem porquê mas isso não é comigo, nem quero denegrir a imagem da cidade!
A Catedral Luterana
Uma coisa muito chata em relação a Helsínquia é que se quiserem jantar a um Domingo depois das sete horas, como as pessoas normais fazem, só tens como opção o McDonalds, um bazar indiano com comida rápida ou o restaurante mais caro da cidade. Fiquei-me pela segunda opção, mas o que me chaeou foi que tive de andar ás voltas durante imenso tempo!
No Domingo andei pela baixa da cidade, pelo porto e fui também á catedral ortodoxa.
A Catedral Ortodoxa
Apesar de ter sido um agradável fim-de-semana, devo dizer que a cidade não é assim tão bonita e lembrei-me muitas vezes de ti, Fred, quando uma vez me disseste que a Tallinn talvez fosse difícil vires-me visitar mas a Helsínquia...pois, fica a saber que Tallinn é uma das cidades mais bonitas que conheço e que está a milhas de beleza de Helsínquia, amigo! Fica então o convite a todos os que me quiserem visitar! Já estavam todos convidados mas fica aqui publicamente o convite!
A viagem de regresso foi muito engraçada, talvez a que mais gostei, das três que já fiz pois havia música ao vivo a bordo e velhotas a dançar aquilo que devia ser música (talvez popular, para não dizer pimba) estoniana ou finlandesa.
Chegado a Tallinn, cansado que estava, pensei que ia dormir mas não: a Anu tirou-me de casa à uma da manhã para irmos ver as esculturas que estavam no Kadriorg, em gelo, também relativas ao novo ano chinês.
Respeitosamente cumprimentei o Dragão, meu signo chinês!
Foi mesmo divertido e cansativo pois ficámos montes de tempo à guerra de neve e a correr feitos loucos pela cidade a atirar neve... assim pode parecer algo estúpido mas foi mesmo porreiro! Estou também a gostar muito de viver com ela, damo-nos muito bem e é fixe ter alguém estoniano para nos mostrar certo tipo de coisas que ou não sabemos ler nos cartazes (as esculturas de gelo, e o meu horóscopo chinês, junto á escultura) ou que não vêem nos mapas ou guias de viagem.
Curioso o facto de por vezes a cidade ser mais colorida à noite do que de dia!