domingo, 8 de fevereiro de 2009

Tartu, 07/02/2009

Tere!
Desculpem-me se agora os post's não são tão regulares, mas ou nem sempre há algo novo a registar (também há dias normais aqui, como devem calcular) ou o tempo não chega para tudo. Bem, mas hoje há algum e aqui vai o que se passou no Sábado, dia em que fui a Tartu, uma cidade universitária no sul da Estónia, para ver o Museu do Brinquedo e o Museu Nacional da Estónia.
O Edifício principal da Universidade de Tartu
Fizemos uma viagem de duas horas e meia, que se passou muito bem e que gostei muito pois estava um nevoeiro muito denso e branco, que não permitia ver mais do que umas poucas dezenas de metros á nossa frente, pelo que a paisagem cambiou entre branco do céu e do chão com pequenas silhuetas de àrvores e postes de elctricidade, com muito pouco contraste ou só absolutamente tudo branco, o que dava a sensação de estarmos no meio de nada, literalmente...foi muito engraçado.
Chegados a Tartu, tivemos como guia uma rapariga estoniana que estuda em Tallinn, na mesma faculdade que eu (Kunsteakadeemia), noutro curso, mas é de Tartu.
Fomos primeiro ao Museu do Brinquedo. Foi muito engraçado pois tem brinquedos de todo o mundo, também obviamente estonianos (muito curiosos os que aqui eram "brincados" nos tempos de ocupação).
O objectivo ao irmos lá era, através dos brinquedos percebermos e vermos um pouco da cultura estoniana espelhada nesses brinquedos pois foi o professor de Oasis que nos levou lá e, se bem se lembram, esse é o assunto da disciplina.
Bem, depois de almoçarmos num óptimo sítio, onde comi peito de frango coberto de corn flakes (adorei), fomos para o Museu Nacional da Estónia, onde pudemos ver trajes tradicionais das diferentes regiões da Estónia, assim como tecnologias relacionadas com a tecelagem, a comida, a agricultura, entre outras coisas.
Achei muito curioso um calendário que lá estava com um provérbio ou conselhos de agricultura por cada dia do ano. Quero ver se investigo mais sobre isso e quem saiba faça um post sobre isso pois, apesar de também os termos, concerteza os estónios hão-de ser diferentes e, portanto, interessantes de observar. Logo vejo...
Não resisti a registar o que se passa no meu dia de anos
Depois do museu seguimos para a estação de caminhos-de-ferro pois já era noite (apesar de, pelo que conto parecer ter ainda passado pouco tempo, mas os museus eram grandes e também não quisemos regressar muito tarde. Acho que o comboio foi o momento mais surreal da visita. A estação ardeu há dois ou três anos e estão ainda a restaurá-la, pelo que só pudemos circular num túnel sinistro, muito sujo, pouco iluminado e, aparentemente mal-frequentado. Chegados à plataforma, deparámo-nos no meio da escuridão quase total, muito poucas pessoas para entrar para o comboio. De repente, sem aviso, as portas do comboio com a indicação "Tallinn" abre-se num estrondo e para dentro das carruagens, nada mais se vê do que escuridão. Foi demais! Silêncio absoluto no interior e uns bancos que pareciam feitos de madeira. Muito desconfortáveis. Aprendi então que para viajar na Estónia, vou optar pelos autocarros pois demoram menos tempo que os comboios, custam o mesmo e são mais confortáveis. Durante a viagem falámos com o professor que, no fundo é um de nós pois não é muito mais velho que nós e põe-nos completamente á-vontade. Quase o tratamos por tu.
Pormenor que achei interessante: devidoao nevoeiro, a sombra da torre da igreja estava projectada no céu...
Em relação a estes dias que se têm passado sem novidades, tenho a dizer que foram dias de alguma confusão pois, se à-partida a liberdade total (em relação à faculdade) parece uma coisa bestial, no final, pelo menos eu, senti-me um pouco à deriva, não que não tivesse ideias e quero pô-las em prática, mas o facto de não haver ninguém no edifício faz com que nunca tenha a quem perguntar se posso usar alguma coisa específica, faz com que não saiba se posso mudar a disposição das mesas ou de outra coisa qualquer, pois tudo parece ter um dono mas não há a quem perguntar, pelo que me sinto quase como se entrasse em casa de alguém e tenho de começar a utilizar as coisas dessa pessoa. Resultado: ainda não comecei seriamente com a escultura pois não tinha meios. Comecei então hoje a desenhar, em casa. Fui pedir um cavalete á faculdade, pois não tenho mesa que dê para desenhar.lol
Outra coisa que me entristece um pouco é que, o facto de não haver ninguém no edifício, nem aulas, faz com que não tenha colegas de turma, com quem me dê regularmente. Ás vezes sinto um pouco essa falta. É que não estão a ver: não há ninguém no edifício! Ás vezes ouço passos e portas a fechar, mas são os residentes e depois, quando vou ver de onde vinha o som, não está ninguém, pois são imensas portase nunca hei-de saber onde está a pessoa.
Isto está, de facto a ser muito diferente. A ser um pouco parado demais. Pelo menos, quando havia curso de estoniano, sempre fazíamos aquelas coisas juntos e saíamos... Só o que me alegra um pouco mais por estar aqui é saber que vou viajar e aproveitar este tempo para isso pois, noutra situação, não seria tão possível. No próximo Domingo parto para Estocolmo. Vou reencontrar alguns colegas do curso de estoniano, que vêem a Tallinn para ir também na mesma viagem.

4 comentários:

  1. Adoro a foto da sombra da torre no céu! Lindo!!!
    Aposto que vais tirar muito proveito desse 'deserto' de faculdade e das solitárias horas de trabalho =) e apesar de ser chato não haver muita gente com quem falar, acredito que isso te traga resultados positivos e que te ajude a atingir outro estado mental!
    SAUDADES
    Bjs

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  2. Hola João!!
    Gosto dessas palavras em espanhol ai pelo meio! :P
    Bem, isso parece ser muito ao teu estilo, com algumas aresta a limar, mas a tua onda!
    Tou a vibrar de seguir estas coisas!
    Beijinhos e ate breve!

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  3. Ó João,

    Não sei se dá escultura
    mas dava uma curta metragem premiada.

    ...corredores sem luz,
    mal frequentados,
    um carril de memórias.

    Um sítio assombrado , sem labirintos ,
    material abandonado a chamar uma inspiração.

    E tu só
    mas sem solidão.

    Um beijo e que encontres o que necessitas no tempo certo.

    Dizia a minha avó :
    ''Guardado está o bocado para quem o há-de comer !''

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  4. Olá joao, ia te perguntar como ta a ser isso por aí, mas pelo blog nota-se que está a ser emocionante...
    Não tenho cá vindo, até porque ninguem me tem dado o nome do blog hahhaha

    épa tou a ver que isso por aí está emocionante, já ando a ficar com inveja.. porque aqui é sempre a mesma pasmaceira e ultimamente tem sido muito mau... frequencias, exames, trabalhos, vida amorosa na merda, e vá só os amigos é k escapam a este turbilhão de emoções.

    As saudades são muitas mas mais um pouqinho e estás cá ( hahaha)
    já ando também a programar o meu erasmus.. isso se passar é claro xD, tou quase decidida a ir para a eslovénia, e só me lembro de ti. Eslovénia, Estónia. muito frio e países estranhos ... por tanto tamos lá xD
    bem hoje fico-me por aqui, e tenho de começar a ser mais assidua nisto :)

    beijinho
    Ana Paula

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